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24 de maio de 2012

Iluminação Hospitalar - Leitos


Em cada setor e unidade hospitalar, haverão características específicas a serem consideradas de funcionalidade que, aliadas a um projeto de iluminação bem elaborado, contribuem na recuperação do paciente, proporcionando ambientes mais agradáveis e receptivos, e ainda permitem um maior conforto visual para a equipe de funcionários.

A elaboração de um projeto de iluminação para um ambiente hospitalar é um processo que possui o objetivo de satisfazer às diversidades de critérios técnicos impostos e às compatibilidades físico-funcionais. O projeto deve atender prioritariamente às demandas da atividade ali desempenhada, compatibilizando a possibilidade de realização da função assistencial com outros requisitos pertinentes à arquitetura utilizando a iluminação de ambientes hospitalares como um componente de conforto humano. 

A sensação de conforto ambiental não é uma percepção facilmente descritível, o produto da harmonia de vários condicionantes, assim como: hidrotérmicos, acústicos, visuais, de qualidade do ar, entre outros, podem propiciar a integração do homem em seu meio, otimizando seu desempenho nele.

Os elementos funcionais e estéticos, o desenho do espaço, a utilização adequada da iluminação natural e artificial, o uso das cores e, naturalmente, os aspectos vinculados ao conforto ambiental, exercem um papel fundamentalmente de aproximação entre as atividades realizadas no ambiente e os resultados. Esta abordagem ganha relevância quando se observa a sua importância no acolhimento proposto pelos programas de humanização dos ambientes de saúde em prol da boa recuperação dos pacientes, seja esse serviço de caráter público ou privado.

Sabemos que a luz tanto como as cores, interferem nas sensações do ser humano, que responde tanto ao ritmo dos sons, quanto às pulsações da luz, às cores e as variações de temperatura. Luz e cor dão identidade ao ambiente, a luz deve possibilitar que as atividades humanas - cada uma com sua particularidade - ocorram com maior conforto e segurança.

Orientações de Iluminação Hospitalar

Os parâmetros técnicos utilizados no Brasil para a elaboração de projetos de iluminação em ambientes hospitalares estão referidos às recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT através da NBR 5413 - Iluminância de Interiores, que determina no item 5.3.28 - Hospitais, "A Iluminância mínima em lux por tipos de atividades ( valores médios em serviço )". No entanto, os novos conceitos de materiais, equipamentos e lâmpadas recomendam pesquisas mais aprofundadas e específicas para cada atividade de atenção à saúde e suas respectivas demandas lumínicas.

Com a necessidade atual de redução de consumo energético, a luz natural deve ser aproveitada ao máximo. A luz natural é fundamental para a recuperação do paciente. É comprovado que existe redução no tempo de internação quando o paciente tem noções de temporalidade, quando pode observar a variação da luz durante o dia e tiver visão para o exterior. Por isso, Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) também vêm sendo projetadas com luz natural, em quartos com janelas que possibilitem o controle da iluminação solar. Para iluminar áreas com grande profundidade, é necessária iluminação artificial complementar permanente. Para integrar a luz natural com a luz artificial, pode-se implantar o sistema zenital.







Algumas orientações são indicadas no procedimento de realização do projeto de iluminação hospitalar, tais como:

  • Cada paciente associa sua patologia às cores, portanto, dependendo da patologia, escolhe-se a cor mais adequada para o relaxamento do paciente;
  • A visão que um paciente tem em um leito é do teto, por isso, a iluminação deve ser indireta;
  • Baixa iluminância, próximo ao nível do piso,é ideal para deslocamentos dos pacientes pelos ambientes hospitalares;
  • Luminárias nas cabeceiras dos leitos, que permitam diferentes iluminâncias, auxiliam o paciente e o trabalho de enfermagem;
  • A variação de luz anima os usuários de ambientes hospitalares. Exemplos disso é a produção de algumas áreas mais claras que outras, e iluminação de destaque para alguns objetos;
  • O IRC indicado para ambientes hospitalares é de 80 até 90, para não interferir no exame clínico;
  • A temperatura de cor mais usada em hospitais está entre 4000K e 4500K. Por volta de 5000K causa sensação emocional de frio e desconforto. Aproximadamente 3000K dá a sensação de calor;
  • O uso de fluorescentes tubulares com pó trifósforo(16/18W e 32/36W ) e compactas (26W) é ideal para iluminação geral;
  • O uso de luz natural reduz o tempo de internação do paciente, pois auxilia a noção de temporalidade do paciente, ajudando na sua recuperação;
  • Durante uma cirurgia, o campo visual cirúrgico é vermelho e geralmente se encontra sob altíssima luminância e iluminância que varia entre 10 e 20 mil lux. Por este motivo, o piso do local tende a ser verde, garantindo descanso visual, e ambientes no entorno da sala de cirurgia devem ter 50% de luminância do campo cirúrgico e redução gradativa, para a adaptação do olho de quem ali trabalha;
  • A iluminação artificial é indicada em áreas com grande profundidade.


Caso contrários, os efeitos negativos de uma iluminação errônea são:

  • Brilho excessivo da fonte de luz (alta luminância);
  • Refletância de uma fonte de luz sobre uma superfície brilhante;
  • Contraste excessivo entre os pontos de luz e sombra;
  • Tamanho e posição inadequados da fonte de luz;
  • Tempo de exposição à alta luminância;
  • Iluminância baixa em áreas com superfícies com cores saturadas.



Fontes: 
Projetos e Consultoria Hospitalar - "Planejamento Físico de UTI's" 
BITENCOURT, Fábio "Iluminação Hospitalar - A luz em ambientes hospitalares como um componente de saúde e conforto humano" 
CUNHA, Luiz Cláudio " A cor no ambiente hospitalar"

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