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22 de setembro de 2012

Gerson Castelo Branco


“É uma  proposta de morar diferente, é a identidade brasileira com raízes nordestinas, preocupada com a melhor implantação do projeto no local; respeito à natureza, reverência ao sol, à ventilação, à natureza.






Um dos grandes orgulhos nordestinos foi concebido em Parnaíba, no Piauí, seu nome é Gerson Castelo Branco e já completa mais de 40 anos de profissão, profissão: Arquiteto, e não qualquer arquiteto, um arquiteto autodidata, o qual em muitas publicações o chamam de "designer", o que eu não acho que o faça jus.

Gerson diz que sempre em seus trabalhos ele imprime o seu próprio estilo, o que, pra mim, segue um padrão bem específico. Seguindo seu estilo, ele está entre os 50 melhores do mundo, segundo Oscar Niemeyer. 

A sua carreira se deu início, sem-querer-querendo, aos 14 anos de idade, quando a família já havia se mudado para Fortaleza, Ceará. Nessa época, ele descobriu a sua grande habilidade de reproduzir e desenhar em perspectiva, desde então tomou gosto pela coisa, e depois de prestar por duas vezes o vestibular para o curso de arquitetura, acabou entrando na Universidade de Belas Artes na Bahia, a qual não foi concluída.

Já trabalhava informalmente em um escritório de arquitetura. Tornou-se autodidata e em seguida "virou hippie", pôs o pé na estrada, visitou a Cordilheira dos Andes, adentrou a selva amazônica, conviveu com tribos indígenas e ficou totalmente sem dinheiro - como era de se imaginar -. Ele comenta que "A vivência dos povos andinos foi uma experiência transcendental; me deixou com outros hábitos. Quando regressei ao Brasil, já não conseguia morar na cidade nem entendia a ostentação arquitetônica de muitas casas. Vivemos numa incoerência absurda, com arquitetura e européia e necessidades de um país tropical. Essa experiência me fez buscar alternativas” 

Quando regressou ao Piauí, virou ermitão e construiu a sua própria casa de praia da maneira mais rústica possível e completamente isolada, sem eletricidade, sem água e nem estrada por perto. Gerson ergueu paredes de taipa, utilizou a palha de carnaúba no teto e esteiras de cipó de macaco. Quando à mobilia, ele diz que usou tudo o que estava à mão para transformar, tudo reaproveitado, era fundamentalmente formado por chaises imensas, também aproveitadas como camas. Resultado: A casinha virou um ícone,e ainda hoje, a Casa da Pedra do Sol é ponto turístico da Praia do Coqueiro. 

Gerson ainda não sabia, mas, de uma vez só, virou arquiteto e um arquiteto com seu próprio estilo arquitetônico, que ele gosta de chamar de "Paraqueira", nome que se origina a partir de um apelido de infância "Paraquedas" porque segundo seus coleguinhas "Facilmente, ele se 'abria' de rir" (Só cearences entendem). O fato é que: Descobriu-se que "paraqueira" é também o nome de uma árvore da Amazônia (?). O que atualmente é uma nova proposta de morar de uma nova forma, resgatando as raízes culturais na arquitetura e no design.

Hoje, Gerson Castelo Branco mora em Viçosa, cidade na divisa entre Ceará e Piauí, tem escritório em Fortaleza e uma casa de praia no Piauí. Mantém vivo o espírito aventureiro e o olhar atento para os recursos naturais, e diz que  De um modo gral, quando eu vou em algum lugar, o próprio ambiente determina 50% do que vai ser a obra.



Algumas obras:

Localizada em Fortim, Ceará, Gerson combina as maravilhas da natureza com um excelente design, reunindo uma arquitetura tradicional a elementos naturais e artesanais, criando ambientes rústicos e sofisticados.


Você já deve ter visto a casa projetada pelo arquiteto Gerson Castelo Branco diversas vezes em sua casa, em duas novelas das 20h da Rede Globo, e nem se deu conta de que se tratava de uma casa real, habitada por pessoas da vida real.


Sua casa atual em Viçosa do Ceará, a qual já recebeu três premiações, sendo um deles o de Projeto Arquitetônico em Sustentabilidade da Editora Abril, e outro que Gerson considera um dos maiores prêmios de toda a sua carreira, uma publicação de oito páginas na Architetural Digest USA, a mais importante revista de arquitetura do mundo. Nessa casa, Gerson trabalhou com forros de talho de babaçu, telhas de papelão reciclado, a volumetria e o desenho do telhado em asa delta, um trabalho, que chegou a ser comparado com Frank Lloyd Whight (um dos arquitetos norteamericanos mais respeitados).



Casa de Pedra e Sal - Ficou exposta no Museu de Arquitetura de Frankfurt. Lá, Gerson utilizou a as próprias pedras para criar uma linha de fechamento na construção. Como se a pedra completasse a casa.


24 de maio de 2012

Iluminação Hospitalar - Leitos


Em cada setor e unidade hospitalar, haverão características específicas a serem consideradas de funcionalidade que, aliadas a um projeto de iluminação bem elaborado, contribuem na recuperação do paciente, proporcionando ambientes mais agradáveis e receptivos, e ainda permitem um maior conforto visual para a equipe de funcionários.

A elaboração de um projeto de iluminação para um ambiente hospitalar é um processo que possui o objetivo de satisfazer às diversidades de critérios técnicos impostos e às compatibilidades físico-funcionais. O projeto deve atender prioritariamente às demandas da atividade ali desempenhada, compatibilizando a possibilidade de realização da função assistencial com outros requisitos pertinentes à arquitetura utilizando a iluminação de ambientes hospitalares como um componente de conforto humano. 

A sensação de conforto ambiental não é uma percepção facilmente descritível, o produto da harmonia de vários condicionantes, assim como: hidrotérmicos, acústicos, visuais, de qualidade do ar, entre outros, podem propiciar a integração do homem em seu meio, otimizando seu desempenho nele.

Os elementos funcionais e estéticos, o desenho do espaço, a utilização adequada da iluminação natural e artificial, o uso das cores e, naturalmente, os aspectos vinculados ao conforto ambiental, exercem um papel fundamentalmente de aproximação entre as atividades realizadas no ambiente e os resultados. Esta abordagem ganha relevância quando se observa a sua importância no acolhimento proposto pelos programas de humanização dos ambientes de saúde em prol da boa recuperação dos pacientes, seja esse serviço de caráter público ou privado.

Sabemos que a luz tanto como as cores, interferem nas sensações do ser humano, que responde tanto ao ritmo dos sons, quanto às pulsações da luz, às cores e as variações de temperatura. Luz e cor dão identidade ao ambiente, a luz deve possibilitar que as atividades humanas - cada uma com sua particularidade - ocorram com maior conforto e segurança.

Orientações de Iluminação Hospitalar

Os parâmetros técnicos utilizados no Brasil para a elaboração de projetos de iluminação em ambientes hospitalares estão referidos às recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT através da NBR 5413 - Iluminância de Interiores, que determina no item 5.3.28 - Hospitais, "A Iluminância mínima em lux por tipos de atividades ( valores médios em serviço )". No entanto, os novos conceitos de materiais, equipamentos e lâmpadas recomendam pesquisas mais aprofundadas e específicas para cada atividade de atenção à saúde e suas respectivas demandas lumínicas.

Com a necessidade atual de redução de consumo energético, a luz natural deve ser aproveitada ao máximo. A luz natural é fundamental para a recuperação do paciente. É comprovado que existe redução no tempo de internação quando o paciente tem noções de temporalidade, quando pode observar a variação da luz durante o dia e tiver visão para o exterior. Por isso, Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) também vêm sendo projetadas com luz natural, em quartos com janelas que possibilitem o controle da iluminação solar. Para iluminar áreas com grande profundidade, é necessária iluminação artificial complementar permanente. Para integrar a luz natural com a luz artificial, pode-se implantar o sistema zenital.







Algumas orientações são indicadas no procedimento de realização do projeto de iluminação hospitalar, tais como:

  • Cada paciente associa sua patologia às cores, portanto, dependendo da patologia, escolhe-se a cor mais adequada para o relaxamento do paciente;
  • A visão que um paciente tem em um leito é do teto, por isso, a iluminação deve ser indireta;
  • Baixa iluminância, próximo ao nível do piso,é ideal para deslocamentos dos pacientes pelos ambientes hospitalares;
  • Luminárias nas cabeceiras dos leitos, que permitam diferentes iluminâncias, auxiliam o paciente e o trabalho de enfermagem;
  • A variação de luz anima os usuários de ambientes hospitalares. Exemplos disso é a produção de algumas áreas mais claras que outras, e iluminação de destaque para alguns objetos;
  • O IRC indicado para ambientes hospitalares é de 80 até 90, para não interferir no exame clínico;
  • A temperatura de cor mais usada em hospitais está entre 4000K e 4500K. Por volta de 5000K causa sensação emocional de frio e desconforto. Aproximadamente 3000K dá a sensação de calor;
  • O uso de fluorescentes tubulares com pó trifósforo(16/18W e 32/36W ) e compactas (26W) é ideal para iluminação geral;
  • O uso de luz natural reduz o tempo de internação do paciente, pois auxilia a noção de temporalidade do paciente, ajudando na sua recuperação;
  • Durante uma cirurgia, o campo visual cirúrgico é vermelho e geralmente se encontra sob altíssima luminância e iluminância que varia entre 10 e 20 mil lux. Por este motivo, o piso do local tende a ser verde, garantindo descanso visual, e ambientes no entorno da sala de cirurgia devem ter 50% de luminância do campo cirúrgico e redução gradativa, para a adaptação do olho de quem ali trabalha;
  • A iluminação artificial é indicada em áreas com grande profundidade.


Caso contrários, os efeitos negativos de uma iluminação errônea são:

  • Brilho excessivo da fonte de luz (alta luminância);
  • Refletância de uma fonte de luz sobre uma superfície brilhante;
  • Contraste excessivo entre os pontos de luz e sombra;
  • Tamanho e posição inadequados da fonte de luz;
  • Tempo de exposição à alta luminância;
  • Iluminância baixa em áreas com superfícies com cores saturadas.



Fontes: 
Projetos e Consultoria Hospitalar - "Planejamento Físico de UTI's" 
BITENCOURT, Fábio "Iluminação Hospitalar - A luz em ambientes hospitalares como um componente de saúde e conforto humano" 
CUNHA, Luiz Cláudio " A cor no ambiente hospitalar"

13 de maio de 2012

Brasólia

Como já diziam "Um vídeo vale mais que mil palavras". Um documentário maravilhoso sobre o contexto histórico da construção da cidade de Brasília que poucos assistiram no Discovery Chanel. Vale muito a pena assistir!





2 de abril de 2012

O modernismo para a noooooossa alegria





Não foi só na política que a década de 1930 foi marcada por guerras e manifestações. Na arquitetura também acontecia uma revolução nos estilos, cores e formas, que culminaram em novos traços e descobertas. Foi um período imensamente rico para a formação de uma linguagem arquitetônica moderna e, ao mesmo tempo, nacional, com originalidade e personalidade. Seus benefícios podem ser vistos até hoje pelas ruas.

As principais edificações desse período são um reflexo da luta pelo poder. Algumas eram grandiosas e desenvolvidas com materiais nobres, como ouro, jade e marfim. Nas construções comerciais havia muitas características do Art Deco, movimento marcado por linhas retas ou circulares, formas geométricas e design abstrato.

Outro processo que marcou a época foi a verticalização das cidades. São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, ganharam arranhas-céus desenvolvidos com estrutura de concreto armado ou aço, amplos panos de vidro e um repertório de elementos como pilotis, terraços e misturas de cores vibrantes com neutras. Era geometria pura, os pavimentos lembravam cubos ou cilindros.

A década também foi importante para a consolidação dos valores e princípios modernistas, que estavam em desenvolvimento há muito tempo - tendo obviamente, como figura central, o arquiteto francês Le Corbusier - em decorrência da industrialização e inovações tecnológicas resultantes da Revolução Industrial. O Movimento foi adotado por Getúlio Vargas logos após a Revolução de 1930 como arquitetura oficial do seu governo, pois o presidente queria veicular sua ideologia populista de progresso. A primeira construção de destaque foi a sede da Associação Brasileira de Imprensa, projetada em 1935 por Marcelo e Milton Roberto, com 11 andares.

Nas casas era possível avistar influências neocoloniais e também as primeiras aparições da arquitetura contemporânea. É nesse momento que começam a surgir os modernistas, como Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Rino Levi e Gregori Warchavchik.

E é com essa mistura de movimentos, formas e ideologias que a arquitetura da década de 1930 entra para a história e contribui muito para o que viria nas próximas décadas. Porém, não apenas o Brasil passava por momentos instáveis, o mundo inteiro enfrentava dias difíceis. Adolf Hitler conquistava o cargo de chanceler na Alemanha. Nos Estados Unidos, Franklin Roosevelt dava início ao New Deal, plano de recuperação econômica na pós Crise de 1929 e, principalmente, começava a se acumular os fatos que culminaram para o início da Segunda Guerra Mundial.

Um marco na arquitetura, como a Casa da Cascata, de 1934, foi transformada em museu. O período de cerca de 20 anos entre as duas guerras mundiais foi de ruptura entre o ecletismo e a arquitetura moderna. Nomes como Le Corbusier e Frank Lloyd Wright deram suas contribuições e apresentaram ao mundo o charme das construções marcadas por linhas retas e minimalistas. Os volumes eram prismáticos, havia legibilidade estrutural e paredes envidraçadas que permitiam uma leitura de como era a ocupação interior, utilizando integralmente os cinco pontos arquitetônicos do modernismo:

  1. Planta Livre: através de uma estrutura independente permite a livre locação das paredes, já que estas não mais precisam exercer a função estrutural.
  2. Fachada Livre: resulta igualmente da independência da estrutura. Assim, a fachada pode ser projetada sem impedimentos.
  3. Pilotis: sistema de pilares que elevam o prédio do chão, permitindo o trânsito por debaixo do mesmo.
  4. Terraço Jardim: "recupera" o solo ocupado pelo prédio, "transferindo-o" para cima do prédio na forma de um jardim.
  5. Janelas em fita: possibilitadas pela fachada livre, permitem uma relação desimpedida com a paisagem.

No entanto, não era apenas de conceitos modernistas que sobrevivia a arquitetura de 1930. Havia uma grande resistência às novas ideias, principalmente na Europa. Basta contemplar os edifícios públicos projetados na época na França, Inglaterra e Itália para comprovar essa história. O classicismo ainda se sobrepunha ao modernismo, principalmente em obras monumentais.



8 de março de 2012

Paris X NY

"Paris versus New York" é um livro muito básico, apenas imagens de comparações muito interessantes entre essas duas cidades. Alguns chamam de "batalha visual entre as duas cidades", porém muito amigável. A obra, possui um total de 224 páginas, e foi editada pela Penguin Books.

O livro surgiu despretensiosamente a partir de uma brincadeira do ilustrador Vahram Muratyan, e acabou tornando-se um sucesso - ou ao menos estava na prateleira dos mais vendidos da Virgin Megastore -. Vale muito a pena ter esse livro, principalmente para nunca esquecer (como se precisasse mesmo lembrar) porque que eu sou Paris Toujours!




















À tout à l'heure!



7 de março de 2012

Iconic Pedestrian Bridge Amsterdam


A AC-CA – Architectural Competition Concours d´Architecture lançou um concurso internacional de idéias para a concepção de uma nova ponte de pedestres no centro da cidade de Amsterdã (típicas da cidade). O concurso chama-se “Amsterdam – Iconic Pedestrian Bridge” e seu objetivo é incentivar a o uso do design sustentável nas áreas de engenharia e arquitetura, e além disso, provocar questões a respeito da funcionalidade das pontes do ponto de vista artístico e escultural.





As inscrições deverão ser feitas até o dia 15 de fevereiro de 2012 e os projetos enviados até 29 de fevereiro de 2012.

Mais informações e inscrições em:


Dá tempo!

27 de fevereiro de 2012

Cité de l'architecture et du patrimoine

Localizada dentro do Palais de Chaillot (place du Trocadéro), o museu de arquitetura passa meio despercebido quando os turistas saem da estação de metro eufóricos para verem a torre Eiffel. Porém, se alguém sem querer querendo, olhar para o lado, verá um museu de 22.000 m² e uma fila gigantesca na frente, tomando a posição de maior centro de arquitetura do mundo.

A Cité é presidida por François de Mazières, considerando que o museu é um estabelecimento público de caráter industrial e comercial sob a responsabilidade do Ministério da Cultura e Comunicação francês. A sua missão é promover a arquitetura francesa para a França e para os estrangeiros, por meio de obras emblemáticas do patrimonio arquitetônico francês e da criação contemporânea internacional.

A criação do museu, se deu graças à fusão de 3 entidades: Musée des monuments français, Institut français d'architecture e École de Chaillot.

O museu conta com uma coleção exuberante de esculturas, pinturas, fotografias, arquitetura, desenhos, design, multimédia interior, modelos, filmes, materiais, arte monumental, afrescos, vitrais, túmulos, urbanismo. Ainda com vários espaços como biblioteca, halls, auditório...