Páginas

30 de novembro de 2011

Rio Xingu ou Hidrelétrica

A instalação de uma usina hidrelétrica em uma região é um estrago e tanto. Na área que recebe o reservatório da hidrelétrica, a natureza se transforma: o clima muda, espécies de peixes desaparecem, animais fogem para refúgios secos, árvores viram madeira podre debaixo da inundação... E isso fora o impacto social: milhares de pessoas deixam suas casas e têm de recomeçar sua vida do zero num outro lugar.


O Rio Xingu é um rio brasileiro - afluente do grande Rio Amazonas - tem sua nascente no estado de Mato Grosso e segue pelo estado do Pará até desaguar próximo à foz do rio Amazonas.O rio possui aproximadamente 1870 km de extensão e, dentro da região de cabeceira é encontrado o Parque Indígena do Xingu, que tem como responsável pela sua subsitência o Rio Xingu, sendo a principal fonte de água e alimentos para uma população de cerca de 5.000 índios que habitam o parque, que são constantemente ameaçado pela expansão da fronteira agrícola e pela construção de uma Usina Hidrelétrica na região.

A polêmica em torno da construção da Usina de Belo Monte na Bacia do Rio Xingu, já dura mais de 20 anos. Entre muitas revira-voltas, a hidrelétrica de Belo Monte, hoje considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, e vem sendo alvo de intensos debates na região, desde 2009, quando foi apresentado o novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) intensificando-se a partir de fevereiro de 2010, quando o MMA concedeu a licença ambiental prévia para sua construção. Desde então, os movimentos sociais e as lideranças indígenas da região são contrários à obra pois consideram que os impactos socioambientais não foram suficientemente dimensionados pelo EIA. Em setembro de 2009, foram realizadas várias audiências públicas que apontaram sérios problemas na forma de realização da obra. Em outubro do ano de 2009 um grupo de especialistas questionou o EIA sobre os estudos e a viabilidade do empreendimento. E no mesmo mês, a Funai liberou a obra da Usina sem saber exatamente que impactos causaria sobre os índios, então as lideranças indígenas Kayapó enviaram carta ao Presidente Lula na qual dizia que uma guerra seria travada caso a obra fosse realmente iniciada. E para fechar com chave de ouro esse grande absurdo, em fevereiro de 2010, o Ministério do Meio Ambiente concedeu a licença ambiental, também sem esclarecer questões centrais em relação aos impactos socioambientais.

Veja um breve resumo da história dessa polêmica que se iniciou em fevereiro de 1989, em Altamira, no Pará, com a realização do I Encontro dos Povos Indígenas no Xingu.

Realizado entre 20 e 25 de fevereiro de 1989, em Altamira (PA), o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, reuniu três mil pessoas - 650 eram índios - que bradaram ao Brasil e ao mundo seu descontentamento com a política de construção de barragens no Rio Xingu. A primeira, de um complexo de cinco hidrelétricas planejadas pela Eletronorte, seria Kararaô, mais tarde rebatizada Belo Monte. De acordo com o cacique Paulinho Paiakan, líder kaiapó e organizador do evento ao lado de outras lideranças como Raoni, Ailton Krenak e Marcos Terena, a manifestação pretendia colocar um ponto final às decisões tomadas na Amazônia sem a participação dos índios. Tratava-se de um protesto claro contra a construção de hidrelétricas na região.

Na memória dos brasileiros, o encontro ficou marcado pelo gesto de advertência da índia kaiapó Tuíra, que tocou com a lâmina de seu facão o rosto do então diretor da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, aliás presidente da estatal durante o governo FHC. O gesto forte de Tuíra foi registrado pelas câmaras e ganhou o mundo em fotos estampadas nos principais jornais brasileiros e estrangeiros. Ocorrido pouco mais de dois meses após o assassinato do líder seringueiro Chico Mendes, em Xapuri (AC), que teve repercussão internacional, o encontro de Altamira adquiriu notoriedade inesperada, atraindo não apenas o movimento social e ambientalista, como a mídia nacional e estrangeira.


O I Encontro dos Povos Indígenas foi o resultado de um longo processo de preparação iniciado um ano antes, em janeiro de 1988, (veja o item Histórico) depois que o pesquisador Darrel Posey, do Museu Emílio Goeldi do Pará, e os índios kaiapó Paulinho Paiakan e Kuben-I participaram de seminário na Universidade da Flórida, no qual denunciaram que o Banco Mundial (BIRD) liberara financiamentos para construir um complexo de hidrelétricas no Rio Xingu sem consultar os índios. Convidados por ambientalistas norte-americanos a repetir o depoimento em Washington lá foram eles. E, por causa disso, Paiakan e Kube-I acabaram enquadrados pelas autoridades brasileiras, de forma patética, na Lei dos Estrangeiros e, por isso, ameaçados de serem expulsos do país. O Programa Povos Indígenas no Brasil, do Centro Ecumênico de Documentação e Informação (Cedi), uma das organizações que deu origem ao Instituto Socioambiental (ISA), convidou Paiakan a vir a São Paulo, denunciou o fato e mobilizou a opinião pública contra essa arbitrariedade.

Para avançar na discussão sobre a construção de hidrelétricas, lideranças kaiapó reuniram-se na aldeia Gorotire em meados de 1988 e decidiram pedir explicações oficiais sobre o projeto hidrelétrico no Xingu, formulando um convite às autoridades brasileiras para participar de um encontro a ser realizado em Altamira (PA). A pedido de Paiakan, o antropólogo Beto Ricardo e o cinegrafista Murilo Santos, do Cedi, participaram da reunião, assessorando os kaiapó na formalização, documentação e encaminhamento do convite às autoridades. Na seqüência, uniram-se aos kaiapó na preparação do evento. O encontro finalmente aconteceu e o Cedi, com uma equipe de 20 integrantes, reforçou sua participação naquele que seria, mais tarde, considerado um marco do socioambientalismo no Brasil. Ao longo desses anos, o Cedi, e depois o ISA, acompanharam os passos do governo e da Eletronorte na questão de Belo Monte, alertas para os impactos que provocaria sobre as populações indígenas, ribeirinhas e todo o ecossistema da região.

Listada no governo FHC como uma das muitas obras estratégicas do programa Avança Brasil, a construção do complexo de hidrelétricas no Rio Xingu faz parte da herança legada ao governo Lula, eleito em novembro de 2002. Herança que era bem conhecida. Tanto assim, que o caderno temático O Lugar da Amazônia no Desenvolvimento do Brasil, parte do Programa do Governo do presidente eleito, alertava: “Dois projetos vêm sendo objeto de intensos debates: a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, e o de Gás de Urucu, no Amazonas. Além desses também preocupam as 18 barragens propostas na Bacia do Rio Araguaia e Tocantins. A matriz energética brasileira, que se apóia basicamente na hidroeletricidade, com megaobras de represamento de rios, tem afetado a Bacia Amazônica. Considerando as especificidades da Amazônia, o conhecimento fragmentado e insuficiente que se acumulou sobre as diversas formas de reação da natureza em relação ao represamento em suas bacias, não é recomendável a reprodução cega da receita de barragens que vem sendo colocada em prática pela Eletronorte.

O Projeto

A Usina Hidrelétrica de Belo Monte é um projeto de uma central hidrelétrica a ser construída no Pará, mais específicamente, no Rio Xingu nas proximidades da cidade de Altamira com seu custo é estimado em R$ 19 bilhões. O projeto prevê a construção de uma barragem principal no Rio Xingu que formaria o reservatório, há apenas 45 km abaixo da cidade de Altamira - Sítio Pimental. A área total do reservatório será de 510 km2, repatidos entre os municípios de Brasil Novo com 0,5 km², Vitória do Xingu com 250² e Altamira com 267 km². A área a ser expandida é apenas uma porcentagem desse total, pois este inclui a calha atual do Rio Xingu.

O esquema é o seguinte: Deste reservatório principal, a água será desviada por um canal de derivação para um reservatório intermediário que seria localizado a 50 km de Altamira na área cercada pela Grande Volta do Xingu. O trecho de cerca de 100 km do Rio Xingu entre o Reservatório do Xingu e a casa de força principal, terá a vazão reduzida em decorrência do desvio pelo canal. Foi estabelecido um hidrograma para a operação da barragem que garante a este trecho de vazão reduzida um nível mínimo da água, variável ao longo do ano, a fim de assegurar a navegabilidade do rio e condições satisfatórias para a vida aquática. Serão construídas duas casas de força, uma principal e uma complementar. A primeira seria construída no Sítio Belo Monte e terá potência instalada de 11 mil MW. A complementar seria construída junto à barragem principal com potência instalada de 233,1 MW.

Sua potência instalada seria de 11.233 MW; mas, por operar com reservatório muito reduzido, deveria produzir cerca de 4.500 MW (39,5 TWh por ano) em média ao longo do ano. Esta produção seria suficiente para abastecer toda a Região Metropolitana de São Paulo (26 milhões de pessoas). Em potência instalada, a usina de Belo Monte seria a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas da chinesa Três Gargantas com 20.300 MW e da paraguaia Itaipu com 14.000 MW; e seria a maior usina hidrelétrica inteiramente brasileira.




Prós e contas da Usina Hidrelétrica de Belo Monte

Prós: Desenvolvimento econômico do Brasil, geração de empregos, contribuição para o suprimento de energia renovável, isenta de emissões poluentes e gasosas. Com isso, o Brasil daria um passo para a segurança energética e atendimento de uma demanda crescente de energia elétrica permitindo uma produção renovável a baixo custo, menor do que outras alternativas.

Contras: Impactos ecológicos e sociológicos sobre as populações indígenas e ribeirinhas próximas ao local; aumento da população e da ocupação desordenada do solo; mudanças na paisagem, causadas pela instalação da infra-estrutura de apoio e das obras principais; perda de vegetação e de ambientes naturais com mudanças na fauna, causada pela instalação da infra-estrutura de apoio e obras principais; mudanças no escoamento e na qualidade da água nos igarapés do trecho do reservatório dos canais, com mudanças nos peixes; danos ao patrimônio arqueológico; mudanças nas espécies de peixes e no tipo de pesca, causada pela formação dos reservatórios; mudanças nas condições de navegação, causada pela formação dos reservatórios; interrupção da navegação no trecho de vazão reduzida nos períodos de seca; perda de ambientes para reprodução, alimentação e abrigo de peixes e outros animais no trecho de vazão reduzida.


22 de novembro de 2011

2014?

Como todos sabem, o Brasil será o país anfitrião da Copa do Mundo de Futebol de 2014. O comunicado foi feito durante reunião do comitê executivo da Fifa em Zurique, na Suíça, na qual estavam presente o ex-presidente Lula, o ex-técnico da seleção brasileira, Dunga, e o ex-jogador Romário. Essa será a segunda Copa realizada nos gramados do país - a única, até então, realizada em 1950, onde o time brasileiro foi derrotado na final para o Uruguai e fez o Maracanã silencioso.


Por que o Brasil?

A escolha do Brasil deve-se a uma mudança no regulamento da Fifa, onde foi decidido que seria estabelecido um rodízio entre os continentes que serão anfitriões do campeonato, a disputa ficou entre o Brasil e a Colômbia. Em abril de 2007, alegando que não conseguiriam cumprir todas as exigências da Fifa para a realização de uma Copa do Mundo, os colombianos retiraram a candidatura. O Brasil se tornou candidato único, mas um dia antes do anúncio do país-sede para 2014 a Fifa também divulgou o fim do rodízio de continentes, para evitar as candidaturas únicas.


A Fifa mostrou que continua preocupada com a lentidão dos preparativos do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 ao declarar que os dirigentes parecem ter investido mais energia para que o País fosse escolhido a sede do torneio do que para organizá-lo. “Nós não temos estádios, não temos aeroportos”, disse o secretário-geral Jerome Valcke, em um fórum sobre o futebol em Moscou. Ele acrescentou que parecia cada vez mais provável que algumas instalações, incluindo o estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, só deverão ficar prontos apenas algumas semanas antes do início da Copa do Mundo. “O Maracanã atualmente ainda não é um estádio de Copa do Mundo”, disse Valcke, acrescentando que no Brasil “A questão principal não é organizar a Copa do Mundo, mas ganhar a Copa do Mundo”.

Fonte: Revista VEJA


De qualquer modo, a preocupação dos brasileiros, não sendo necessariamente a preocupação dos políticos brasileiros, é a preparação do Brasil para acolher tanta gente! Esse site permite que as obras e as negociações feitas nessa "corrida contra o tempo" sejam acompanhadas.

16 de novembro de 2011

Mobília comida


Sem bruxa.
O que motiva eses designers é a inovação (ou gula?). O uso das formas de sobremesas como mobília vem virando uma febre.

O brilhante designer italiano Matteo Bianchi transformou nossas guloseimas em objetos decorativos.


O designer francês Maxime Pécourt reproduziu um biscoito como uma almofada e um puff de sanduba.





Falta a cama de misto-quente e o tapete de pizza!


8 de novembro de 2011

Fórum des Halles e sua reforma

Essa reforma, sem falar que já era para ter sido encerrada há mais de um mês, parece não estar nem perto do fim (Como se não houvesse isso no Brasil).

Imortalizado por Zola no livro Le Ventre de Paris, o Halles, antes de ser um imenso centro comercial e de lazer com arquitetura, era um dos mais antigos mercados da cidade luz. Esse antigo mercado ocupava alguns quarteirões do 1º arrodissement (no centro) de Paris. Os prédios do mercado, construídos em vidro e aço, foram um marco da modernidade naquela época na cidade. Dividido em grandes alas temáticas, os prédios abrigavam as ala de vinhos, de trigo, de tecidos, de carnes e etc, nas proximidades da Igreja medieval de Saint-Eustaque e do Louvre.

A história é a seguinte: No século dezenove, mais precisamente no ano de 1845, o arquiteto francês conhecido por Horeu, elaborou um audacioso projeto arquitetônico, chamado “Mercado de Les Halles" em Paris. A construção do mercado francês ficou a cargo do arquiteto Victor Félix Baltard Callot, as obras iniciaram-se em 1851 a construir uma estrutura de aço e vidro para abrigar o mercado onde comerciantes de todas as partes vinham vender suas mercadorias; porém, não teve o resultado previsto, foi muito criticado e foi demolido em seguida. Portanto, foi elaborado um novo projeto, constituído de dois grupos de dez pavilhões interligados por passagens cobertas, que foi demolido em 1971, quando o Halles foi esvaziado e demolido e, então, transformou-se em imenso buraco ("le trou des Halles") com a construção do metrô. Les Halles tem a função importante de conexão sul, leste e oeste do sistema de Metrô e Trem (RER) em Paris – um imenso hub subterrâneo, considerado o maior do mundo - Estação Châtelet-Les-Halles. Depois disso tudo, foi realizado um concurso internacional para revitalizar a área que meteu todo mundo na escolha do melhor projeto para intervir, o resultado: Foi escolhido um projeto super barato e o mais conservador do arquiteto David Mangin, que criou uma área central aberta em nível inferior da rua (vários pisos abaixo), como um fosso, que contem um grande shopping center integrado a uma estação de metrô com muitas poucas interferências na área antiga já existente. Várias atividades culturais acontecem no espaço, repleto de esculturas, fontes e parques.

Depois, em 2007, foi escolhido um novo projeto, para revitalização e renovação da antiga área tradicional de mercado em Paris do Forum (Patrick Berger e Jacques Anziutti), La Canopée (da copa) que consiste de um espaço verde junto a um translúcido toldo que cobre as entradas subterrâneas.





Em 1969, o mercado é removido para Rungis fora do centro de Paris. No final da década de 70, os antigos prédios do mercado foram demolidos e passaram a funcionar no local:

- A maior estação de metrô da cidade (Chatelet – Les Halles) : Detesto, muito grande, me perco.
- O maior shopping center de Paris, com 21 salas de cinema : Todo subterrâneo
- As piscinas públicas mais frequentadas da cidade : Cobertas, super confortável nos dias de frio
- Um jardim de de mais de quatro hectares.




O problema com as críticas ao projeto arquitetônico e o fator de o local ter se tornado uma área perigosa com prostituição e gangues está sendo amenizado, após três décadas de um triste destino, começou no início de 2011 uma grande reforma do local.

7 de novembro de 2011

Fortificação de Thiers

Muita gente que não mora na França, não conhece a história e nunca ouviu falar sobre o Muro de Thiers ou Recindo de Thiers (Mur de Thiers ou Enceinte de Thiers). Na minha école, a história do Muro e o seu entorno atualmente é um assunto muito corrente na disciplina de projeto, principalmente o estudo dos impactos causados por esse muro.

Para quem não sabe, a cidade de Paris já teve alguns limites (fortificações) que foram abrangidos ao decorrer do tempo, o último desses limites, o mais externo, foi chamado de Mur de Thiers, uma espécie de muralha que cercou Paris, um recinto construído entre 1841 e 1844 sob uma lei promulgada pelo governo do primeiro-ministro francês, Adolphe Thiers que tomou quase 7.802 hectares ao longo da Boulevards de Maréchaux e Boulevard Périphérique, para proteger Paris, temendo a passada Batalha de Paris de 1814.



A muralha tinha 33 km (21 milhas) Caixa de comprimento, coloquialmente conhecido como "a fortaleza", consistiu de 94 baluartes, 17 portas (francês: "portes", cruzamentos principais), 23 cruzamentos menores (em francês "barrières"), oito pontos de passagem de trem, cinco pontos de passagem de rios ou canais e oito poternas. Os únicos restos existentes são os Peupliers Poterne des ("postigo dos choupos") entre a Porte de Gentilly e Porte d'Italie perto de onde os Bievres entraram em Paris, número um "baluarte" no meio do Porte de Bercy, bastião número 45 no Porte de Clichy, uma parede na Porte de la Villette, parte na Porte d'Arcueil e várias outras pequenas partes.

Tendo-se tornado inútil devido aos avanços na tecnologia militar, as fortificações foram destruídas a partir de 1919. Sua localização se tornou terrenos baldios, muitas vezes referida como a "zona". Foi progressivamente revitalizado a partir de 1930 pela construção de residências para os pobres e instalações desportivas. A forma das fortalezas antigas são marcadas em vários locais na topologia de estradas para esta área.

A "zona" não era existia no local anteriormente ocupado pela parede, mas em uma faixa de terra onde não era permitida a construção em frente à parede, um fosso e um declive que mede 250 metros de diâmetro. Foi designado como uma área onde a construção não foi autorizada e foi ocupada por favelas no fim do século XIX, com o abandono de sua função militar.



Texto da apresentação falando um pouco sobre a "Zone":

La zone a été une partie autour des murs de Thiers, les fortifs. Ces murs ont eu un rôle stratégique de protection militaire de la ville de Paris. La zone était un espace de 250 mètres de largeur à partir de l'extérieur des fortifications, une zone "non-aedificandi" ou non constructible, qui avait, avant la construction des murs de Thiers, des arbres et des hameaux qu'étions retirés du site pour la protection de la ville. Beaucoup d'ans avant que les murs étions cassés, lorsque le rôle de protection que les murs avaient a été perdu, la zone a vu ses terrains être occupés en raison de l'occupation prussienne à Paris et aussi de grands travaux qui ont été faits à cause du second Empire et en raison de la révolution industrielle, environ 1871. Ce contexte était de spéculation immobilier et d'exode rural, avec la transformation des paysans en prolétariat urbain. La zone a été occupée par une population pauvre, qui a été appelé, d'une manière péjorative, des "zonards". Ces gens ont fait des bidonvilles dans la zone, avec des maisons qu'étions souvent des habitations précaires et insalubres faites à partir des matériaux récupérés. Ces bidonvilles n'avaient aucune infrastructure, sans électricité, ni eau, ni toilettes. Les zoniers ont fait partie de la vie économique parisienne, avec beaucoup de chiffonniers, qui n'ont pas seulement utilisé les matériaux pour la vente, mais aussi pour leurs maisons, en construisant des maisonnettes faites de planches, carreaux de plâtre etc. La zone a eu aussi un rôle d'espace de loisirs, elle a donnée espace pour les gens pique-niquer, se promener, autant qu'elle était un espace mal vue à cause de ses mauvaises conditions d'habitation. L'occupation de la zone s'a développée pendant encore beaucoup de temps, en arrivant au début du 20e siècle avec 30 mille personnes environ. Un peu près de cette époque là le numéro des personnes dans la zone a commencé à tomber, principalement dans les bidonvilles, car ils ont réaménagé les personnes plus pauvres pour autres zones plus loin de Paris, en disant comme raison l'insalubrité des maisonnettes. Pendant ces temps il a eu beaucoup d'expropriations, quelques n'ont pas eu même une indemnisation. Après, avec la première guerre mondiale et la crise du logement, des familles y sont allées à des HBM dans les boulevards des Maréchaux, sur l'emplacement de l'ancienne enceinte. A partir de 1943 beaucoup d'autres ont été expulsé à cause du projet du boulevard périphérique et, enfin, aux années 50, le numéro des habitants de la zone en conditions précaires est devenu vraiment très petit, avec quelques proches de ses limites. Aujourd'hui on peut encore voir quelques restes des caractéristiques de la zone dans le paysage d'où elle a été situé, environ le terrain où on voit aujourd'hui le boulevard périphérique de Paris.