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19 de maio de 2011

Ventos

A ventilação natural é extremamente importante para garantir o conforto no interior das edificações. Em uma cidade com abundância de ventos em grande parte do ano, é possível abusar dessa fonte de energia. Construtivamente, é possível utilizar-se desse recurso renovável, de modo que a temperatura no exterior, e a renovação do ar fiquem estáveis e a uma taxa adequada, o que é fundamental para manter o edifício com um ar interior de boa qualidade.

É difícil de controlar o comportamento do ar e da ventilação, podendo assim, ocorrer situações de movimentação de ar menos confortáveis. No entanto, há algumas dicas:

O ar mais quente é mais leve do que o ar mais frio, por tanto, os aparelhos domésticos produzem calor, tornando normal o efeito ascendente do ar mais quente, dentro de casa, principalmente perto de tais aparelhos;

Quando o ar que foi aquecido pelos aparelhos elétricos no interior de uma habitação, atinge uma superfície mais fria, como acontece no período do inverno no caso de áreas envidraçadas, ele arrefece e, tornando-se mais pesado, cria uma corrente e ar descendente junto dessa superfície no chamado efeito de transmissão de calor por convecção;

Sempre o ar embaixo de uma sombra, arrefece, pois os materiais que estão em seu redor irradiam menos calor;

O ar usado e que transporta as toxinas está, normalmente, mais quente e sobe;

Pelo impulso natural de se equilibrar e de se estabilizar, o ar movimenta-se sempre do local onde é mais frio para o local onde é mais quente;

Sempre que o ar está em contato com água em movimento tende a baixar a sua temperatura. O efeito evaporativo da passagem do estado líquido para o estado gasoso aumenta a quantidade de vapor de água presente na atmosfera, retirando energia do ar e, assim, baixando a sua temperatura;

Em espaços que têm um pé-direito baixo, o ar estratifica-se consoante a sua temperatura, podendo manter zonas de ar usado estagnado;

Em espaços mais altos, idealmente com duplo pé-direito, o ar cria circuitos de convecção natural e dilui as toxinas que transporta através do movimento com que atravessa os espaços livres;

A pressão do vento sobre a fachada exposta e sobre a fachada oposta gera uma ventilação natural dos espaços, atravessando frinchas, janelas e portas;

Idealmente, em cada espaço da casa deve existir uma
grelha de ventilação integrada num dos vãos envidraçados, para garantir a renovação do ar;

Quando a habitação dispõe de fachadas com orientações solares opostas, é muito importante dotar as janelas em cada uma das orientações solares, com um sistema de abertura que permita a fluxo de ventos, mesmo quando as pessoas não se encontram em casa.


As minhas janelas preferidas são as oscilo-batentes e as basculantes, porque permitem uma ventilação mais eficaz, além de serem esteticamente discretas.


Fonte: http://www.domusobras.com

1: Janela de abrir - 2: Janela oscilo-batente* - 3: Janela basculante* - 4: Janela composta abrir e basculante - 5: Janela composta com uma parte fixa - 6: Janela abrir duas folhas - 7: Janela composta abrir, fixa e basculante - 8: Janela composta abrir e fixa - 9: Janela com forma de mirador - 10: Janela basculante dupla folha - 11: Janela com quadrícula - 12: Janela pivotante vertical - 13: Janela pivotante horizontal - 14: Porta de correr - 15: Osciloparalela com fixo lateral - 16: Porta harmónio - 17: Porta com painel

É obrigação do arquiteto saber a direção e sentido dos ventos, faz parte de todo um ritual incial de verficação das condicionantes do terreno.

Um termo muito utilizado na arquitetura é a "Ventilação cruzada", que é quando a ventilação de um modo geral possui entrada e saída diferentes no ambiente, ocasionando um trânsito de ventos. Uma maneira bem simples de aplicar a ventilação cruzada é posicionando uma janela na entrada de ventilação e, do lado oposto à ela, outra abertura, que possibilite essa passagem. No entanto, com o uso não apropriado da ventilação cruzada, o vento pode ficar canalizado e barrado, causando o aquecimento do ambiente.

Como exemplos de edifícios planejados para a captação e para o fluxo de ventos temos esta casa no Japão, do Arquiteto Masahiro Kinoshita:






No Brasil, o edifício-sede da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro projetado pelos arquitetos Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz.


E o Hospital Sara no Rio de janeiro, do Arquiteto Lelé (É, Lelé mesmo).

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