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5 de dezembro de 2011

Zaha Hadid



Eu penso que não há dúvidas de que o ambiente tem um impacto em toda a gente, seja numa escola, em casa ou nos hospitais. O bem-estar e a arquitetura estão ligados, não há dúvida.
Zaha Hadid

Zaha Hadid nasceu em Bagdá em outubro de 1950. Formou-se em matemática na Universidade Americana de Beirute. Após se graduar, começou a estudar na Architectural Association de Londres, e logo depois passou a estabelecer prática profissional própria em Londres. Vencedora de diversas competições internacionais, alguns de seus projetos vencedores nunca foram construídos: como The Peak Club em Hong Kong (1983) e a Ópera da Baía de Cardiff em Gales, por exemplo. Em 2004, Hadid se tornou a primeira arquiteta mulher a receber o Prêmio Pritzke de Arquitetura - o "prêmio Nobel" da área arquitetônica - pelo conjunto de sua obra. De alguns anos para cá, foram concluídas, com muitos olhares voltados, obras suas mundo afora. Algumas são resultados de concursos, outras foram feitas por convite.

Zaha Hadid é, atualmente, um dos nomes de maior relevância da arquitetura mundial, possui obras construídas em vários lugares diferentes do mundo, projetos que vão de uma plataforma de esqui na Áustria até uma estação de trem com complexo de estacionamento de carros na França, passa tambem por um museu - o Centro Rosenthal para Arte Contemporânea, nos EUA.

Entre seus inúmeros trabalhos de arquitetura e moda idealizados e ainda não realizados está um museu - MAXXI, sinuoso, de linhas contínuas, torcidas e acompanha o mesmo espírito de sua arquitetura orgânica e descontrutivista do movimento do Desconstrutivismo, que teve início no final dos anos 80 e contou com representantes ilustres como Frank Gehry -. O Museu Nacional das Artes do Século 21, em Roma, inaugurado em 2009, é considerado por Zaha um de seus projetos mais empolgantes, entre os mais ou menos cem projetos em andamento pelo escritório dela atualmente. Zaha diz: “Não é mais apenas um museu, mas um centro com muitas galerias e espaços que estão entrelaçados e superpostos uns sobre os outros”.


Zaha afirma que o Brasil, por conta do arquiteto Oscar Niemeyer, assume forte influência em seu trabalho, considera um motivo de visita ao Brasil para conhecer o mito e suas criações (ela ficou especialmente impressionada com a Casa das Canoas, no Rio).

Já com a moda, Zaha afirma ter relação "experimental" e gosto pelos japoneses como Issey Miyake e Comme des Garçons. Profissionalmente, fez mais duas incursões pelo universo fashion antes da Melissa: criou uma bolsa para a exposição "Icons", da Louis Vuitton, de 2006, e um container futurista que serve como galeria móvel para a mostra "Mobile Art", patrocinada pela Chanel, e que exibirá, em várias cidades do mundo, reinterpretações da clássica bolsa de matelassê da maison, realizadas por 20 artistas convidados. Neste momento, o pavilhão criado por Zaha deixou Tóquio e segue para Nova York.

Em entrevista por e-mail, Zaha Hadid falou sobre arquitetura, design e moda, e como os três assuntos estão interligados em seu trabalho.

A sra. tem projetos por todo o mundo. Gostaria de fazer algo no Brasil? Se pudesse escolher, que tipo de projeto e onde seria?

Eu ainda acho que não há exemplos de algumas idéias que desenvolvemos ao longo dos últimos 30 anos e que são baseadas em uma escala muito maior, não apenas na escala de uma cidade, mas em parte de uma cidade, em uma área enorme. É uma questão de idéias sobre quanto impacto é possível ter de fato em uma escala maior. Não precisa ser um prédio que é grande - mas uma série de prédios. A arquitetura é um veículo por meio do qual acho possível tratar de certas questões sociais muito importantes, evidentes nas complexidades das vidas das pessoas do século 21. Minha obra portanto se preocupa com a expansão de uma linguagem arquitetônica capaz de lidar com este aumento da complexidade. É uma arquitetura de fluidez e porosidade - com muitas camadas interligadas e usos mesclados.

Eu li que seu estúdio tem, atualmente, 100 projetos em desenvolvimento. Quais a sra. considera os mais desafiadores e por quê?

Zaha Hadid - Eu diria que temos um repertório formal muito diverso de trabalho. Nós sempre estamos interessados em expandir nosso repertório e fazer coisas diferentes em contextos diferentes, com cada projeto respondendo às suas instruções e contexto de uma forma totalmente singular. Um de nossos novos projetos mais empolgantes é o MAXXI: Museu Nacional das Artes do Século 21, em Roma. Uma coisa interessante sobre este projeto é que ele não é mais um objeto, mas sim uma progressão de espaços, o que implica que muitas funções diferentes podem ser associadas ao museu. Não é mais apenas um museu, mas um centro com muitas galerias e espaços que estão entrelaçados e superpostos uns sobre os outros. Com este projeto, nós estamos tramando uma densa textura de espaços interiores e exteriores. É uma mistura intrigante de galerias permanentes, temporárias e comerciais dentro do ambiente bastante urbano de Roma.

A sra. já idealizou projetos imensos e importantes. O que a fez se interessar em desenhar um sapato de plástico para a Melissa ou mesmo uma bolsa para a Louis Vuitton?

Nossa abordagem em relação à arquitetura, design de produto ou mesmo moda é bastante semelhante. Todos os projetos estão ligados. É possível dizer que os objetos de design são fragmentos do que poderia ocorrer em nossa arquitetura. A idéia para um prédio ou um objeto pode surgir igualmente rápido, mas há uma grande diferença no processo. O aspecto que traz satisfação no design de móveis e produtos é que o processo de produção entre a idéia e o resultado é muito mais rápido. A colaboração com a Melissa criou uma oportunidade única para continuar nossas explorações na moda. A tecnologia de ponta de injeção de plástico em molde da Melissa era ideal para a linguagem de design inteiriça que nosso escritório estava pesquisando nos últimos 30 anos. Este foi um projeto realmente prazeroso. Esperamos que as pessoas se divirtam tanto usando o sapato quanto tivemos desenhando.

A sra. já disse que a influência de Niemeyer em sua obra é forte. Qual dos projetos dele é o seu favorito?

Zaha Hadid - Eu me sinto muito afortunada por ter sido convidada à casa dele no Rio. A Casa das Canoas é uma obra-prima. Um dos princípios ao qual sempre nos mantemos fiéis em nosso escritório é trabalhar para inserir um prédio em seu contexto, por meio de uma série de relacionamentos articulados que são desenhados a partir dos elementos do ambiente ao redor. É um desafio escolher um projeto favorito. Eu realmente admiro todas as casas dele, a Igreja de São Francisco, na Pampulha, e o Ministério da Educação e Saúde. E, é claro, sua obra em Brasília.
Divulgação

Seu trabalho é definido como orgânico, desconstrutivista e com um toque de sensualidade. A sra. busca características semelhantes nas roupas que veste?

Eu realmente não visto roupas "tradicionais" há muitos anos. Meu estilo de moda é "experimental", semelhante ao estilo da minha arquitetura.

Quais são seus estilistas favoritos?

Eu sempre apreciei estilistas que ousam brincar com o material e as proporções. Eu sigo com interesse estilistas japoneses como Issey Miyake, Yohji Yamamoto e a grife Comme des Garçons. Eu gosto de descobrir novos talentos, aqui em Londres há abundância de jovens estilistas.

Para que contribuem as roupas, em sua opinião? E a arquitetura? Onde moda e arquitetura se encontram (elas se encontram?)?

Estes projetos de colaboração com a moda fornecem uma oportunidade para expressar nossas idéias em uma escala diferente e por um meio diferente. Nós a vemos como parte de um processo contínuo de investigação do design. Nós estamos explorando o potencial de uma nova linguagem de design e arquitetura - incorporando uma sensibilidade escultural onde o ritmo das dobras, nichos, rebaixamentos e saliências siga uma lógica formal coerente. Em nossos designs, nós criamos uma topologia tecida de diferentes camadas, permitindo espaços híbridos fluídos.

Fonte: Uol

3 de dezembro de 2011

Stickerrrrrrrs!

Ao repaginar a sua casa ou o escritório, existe uma maneira muito boa para dispensar todo aquele trabalho com mão-de-obra, tintas e custos altos. Os adesivos decorativos permitem que você mesmo aplique-o e dê um toque pessoal a qualquer ambiente.

Os stickers, ou "adesivos de parede" personalizam o ambientes. São feitos de vinil auto-adesivo com a impressão de vários desenhos. Sua colocação é simples, e nos permite criar ambientes diferenciados. Inconvenientes ao retirar o adesivo, como por exemplo, deixar a superfície danificada ou sobrar restos de cola sobre a superfície, podem ser facilmente evitados ao seguir instruções como: Tinta acrílica brilhante ou semi-brilhante é a pintura adequada da superfície que receberá o sticker.

A durabilidade do adesivo depende muito da marca e do material utilizado para faze-lo. Em geral, se bem cuidado pode durar até 5 anos, e claro, depois de retirado não pode mais ser utilizado. Exposição ao sol e chuva, limpeza incorreta do sticker com materiais abrasivos, base de fixação com porosidade, a textura e irregularidade da parede fazem com que o sticker se solte mais facilmente. O indicado para a limpeza do adesivo é somente um pano úmido e não usar alcool de maneira alguma sobre ele.

Dicas:
Nos banheiros com maior uso utilize adesivos menores, pois a umidade reduz seu tempo de validade;
Os adesivos de parede podem ser aplicados em: Paredes lisas; Vidros; Madeira (lisa); Fórmica; Piso; Metal; Geladeiras;
Em lavabos é possível utilizar adesivos maiores;


Geralmente os adesivos podem ser aplicados facilmente por qualquer pessoa. Apenas os adesivos maiores poderão exigir uma mão-de-obra especializada. O adesivo deve ser aplicado sobre superfície lisa, para que o acabamento final seja adequado; Para que a aderência seja perfeita a superfície deve ser limpa e não deve restar quaisquer resíduos; O ideal é que sejam colados sobre tinta acrílica brilhante ou semi-brilhante (pintada há no mínimo 72 horas).

Enjoou do adesivo? Quero tirar agora!

Ligue o secador de cabelos no quente e direcione sobre o adesivo. Puxe suavemente e rente à parede;
Evite o uso de instrumentos pontiagudos, utilize-os apenas para soltar as pontas;
Sobre madeira, fórmica e vidro é possível usar água e sabão para retirar os resíduos.
Pode ser também colocado sobre o adesivo um pano e em seguida passar um ferro aquecido por cima deste mesmo pano, assim o material irá ceder e poderá ser retirado.


É que nem tatuagem de chiclete!

1 de dezembro de 2011

Habitat 67 feelings

Em Qinhuangdao, na China, o projeto do escritório do arquiteto Moshe Safdie para um conjunto habitacional com aproximadamente 2.400 apartamentos está encaminhado com a finalização da obra prevista para 2014 pela construtora Kerry Properties.

O conjunto habitacional é uma releitura do projeto "Habitat 67", desenvolvido no Canadá, que consiste em várias unidades habitacionais empilhadas umas sobre as outras. O projeto atual consiste em edifícios em forma de "L" dispondo de 30 andares, que aparentam estarem empilhados. Todas as fachadas de todos os edifícios serão de vidro com partes em concreto branco. Em torno de 40% das unidades terão varandas abertas.







Com tal distribuição, haverão vãos nos edifícios que serão ocupados por piscinas e parques suspensos. Entre os edifícios, passarelas devem possibilitar o tráfego entre os edifícios. Tambem estão previstas casas no nível térreo, todas com ecotelhados (ou telhados verdes) - uma espécie de jardim suspenso, também conhecido como telhado verde. Esse tipo de cobertura vegetal pode ser instalada tanto em cobertura de prédios (na laje) ou sobre telhados convencionais mais inclinados, como o de telha cerâmica, fibrocimento, dentre outros - à frente dos edifícios principais. O arquiteto destaca o fato de que o projeto não bloqueia a vista para o mar e por isso teve aceitação mais fácil entre as autoridades japonesas.

Até chegar ao projeto final, o escritório de arquitetura realizou mais outras quatro releituras do Habitat 67, sempre levando em consideração a necessidade de muitas unidades habitacionais em um espaço pequeno, mas que fossem dispostas de modo harmônico.

O Habitat 67 foi construído com o propósito de servir como residência permanente, refletindo a imagem de uma sociedade moderna dentro dos seus 26 modelos de apartamentos da autoria do arquiteto Moshe Safdie.


O edifício consiste basicamente em blocos em concreto pré-moldado, empilhados uns sobre os outros até uma altura de 12 andares, e cada "caixa" é um paralelepípedo de dimensões de 5,3 x 11 x 3 metros, pesando de 70 a 90 toneladas. Das 354 caixas utilizadas, resultam 158 apartamentos dispostos em zigue-zague, de maneira a garantir para cada apartamento um jardim privativo na cobertura do apartamento logo abaixo. Tais caixas estão dispostas como em degraus à oeste, as aberturas são voltadas para o leste. É aí onde os estacionamentos, os elementos de transporte vertical (elevadores e escadarias); corredores aéreos de 4,5 m de largura com cobertura plástica, halls, e um total de 4 000 m² de área de recreação.

Planos posteriores prevêem a instalação de serviços para o público e áreas de comércio no leste. O objetivo geral do plano é prover uma vida urbana de alta densidade com ar fresco garantido, luminosidade, verde e privacidade, combinando as virtudes da produção em massa com a individualidade.